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PÓS PARTO – Quanto tempo até voltar ao meu peso

Desde que fui mãe, há pouco mais de 9 meses, cada vez vejo mais grávidas, carrinhos de bebés e crianças à minha volta… fico na dúvida se sou eu que, ao entrar no novo mundo da maternidade, me tornei mais atenta ou se realmente houve, algures nos últimos tempos, um mini baby boom em Portugal!
E não é só pelas ruas, se nos passearmos pelo instagram, damo-nos imediatamente de caras com a fertilidade que se fez notar em 2017 e 2018!

Com a proximidade que existe entre as vidas das pessoas e com a exposição nas redes sociais, sinto que há uma pressão enorme para se voltar à silhueta anterior em menos de um ápice. Eu senti na pele essa pressão. Por ser nutricionista, achei que devia dar o exemplo. Foi um processo combinado entre alimentação, exercício físico, apetites de lactante e a preguiça de noites mal dormidas. A vontade existe, a motivação também, mas por vezes falta a coragem…. e as hormonas, sim… as hormonas não ajudam!

Bem sei que não é fácil engravidar e ter crianças em períodos próximos aos da Carolina Patrocínio e das suas irmãs. Mas meninas…. nem todas somos Patrocínios e não há mal nenhum nisso! Absolutamente nenhum, mesmo! Cada organismo é diferente, cada gravidez é única e cada mulher demora o seu tempo a voltar a ter o corpo que tinha antes de engravidar. Se pensarmos que demoramos 40 semanas a transformar o nosso corpo, então talvez faça sentido a recuperação leve os eu tempo.
Nesta fase tudo importa. A individualidade genética e idade de cada mulher, os hábitos alimentares e de exercício físico antes da própria gravidez, o aumento de peso e a alimentação durante toda a gestação, o tipo de parto (parto natural ou cesariana), o fator amamentação e claro a alimentação e actividade após o nascimento são, todos eles, decisivos para a forma como recuperamos a forma física.  Se é verdade que conseguimos controlar alguns deles, outros são impossíveis de condicionar. Por isso basta-nos tentar fazer o nosso melhor e aceitarmos a nossa velocidade de recuperação, sem necessidade de nos compararmos, porque na verdade ninguém é igual a ninguém.

Quando saí da maternidade ainda tinha barriga. Uma barriga oca e mole que, tirando a falta de rigidez, parecia estar de 5-6 meses. A jogar contra mim tinha o facto de ter tido uma gravidez de risco e polidramnios (vê mais AQUI), o que fez com que a minha barriga tivesse sido bem acima da média. Preocupava-me o fato de estar a léguas de distância daquilo que era antes de engravidar, mas enchi-me de força de vontade, era nutricionista e ia conseguir fazer comigo aquilo que conseguia com as minhas pacientes. Quando cheguei a casa  da maternidade, comecei a perceber que a balança descia de dia para dia, talvez fosse ser mais rápido do que estava à espera: “perfeito”, achava eu! Contudo, a partir da 3ª semana a balança estagnou e, mesmo estando a amamentar, a coisa não estava a ser tão fácil como no início. E agora?
Deitei para trás das costas a desmotivação e mantive o foco nas minhas escolhas. De forma gradual as coisas foram acontecendo e hoje, nove meses depois, já voltei às minhas roupas… e é tão bom sentir o nosso corpo de volta!
Basicamente o que pretendo transmitir é que “é possível”, se eu e as minhas pacientes conseguimos, vocês também vão conseguir… e não interessa se somo a tartaruga ou a lebre da história… (já ando a treinar os contos infantis) devagar e bem conseguem-se resultados estupendos.

Há muita gente que desvaloriza a preocupação de uma mãe em retomar a sua imagem de referência “ah e tal, estás a amamentar, vais emagrecer num instante!” ou “agora que estás a amamentar nem penses e fazer dietas”! Sim é verdade, a produção de leite aumenta o dispêndio energético de uma mulher (ou seja a queima mais calorias), mas ao mesmo tempo que aumenta o apetite (vê AQUI). Também é verdade que enquanto amamentamos não devemos fazer dietas loucas, nem eliminar os hidratos de carbono. O importante é fazer escolhas ajustadas à fase da amamentação e simplesmente não desistir.

Não é apenas dar de mamar e ir a seguir comer uma caixa de gelado, enquanto o bebé dorme a sesta! Não há milagres, lembrem-se disso!
Aliás, prova disso é ter muitas pessoas que me procuram em consulta porque aumentaram de peso durante a amamentação, exactamente porque perdiam o controlo das refeições. Por isso minha gente, foco e equilíbrio, SEMPRE!

Não queiram os resultados para ontem, em contra relógio. Nem todas somos Patrocínios e não há mal nenhum nisso! Chegaremos todas lá, umas mais rápidas do que outras. O que interessa é que o façamos com bom senso, calma e sobretudo, com escolhas saudáveis. Só quem está na situação consegue perceber que por vezes os momentos que passam rápido, parecem eternidades! O ideal, para terem a certeza que não desesperam, que conseguem perceber o que é normal ou atípico e ao mesmo tempo conseguirem optimizar os resultados, sem que isso vos tire do sério, é procurarem profissionais que vos possam acompanhar quer em termos nutricionais, quer a nível treino específico.

Apesar de não ser altura para restrições drásticas, existem planos adaptados quer à gravidez quer ao pós parto que permitam resultados realistas, eficazes, saudáveis e duradouros!

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